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O piloto Marcel Reine e La Grande Vallée

No início, La Grande Vallée chamava-se "Fazenda São José do Magé e Ribeirão", tendo como proprietário o Sr. Bernardo Wickers Jr. Em 1912, a fazenda foi vendida para o Sr. Augusto de La Roque. O novo dono, que era aviador, costumava receber alguns amigos também pilotos, como os experientes Jean Mermoz e Marcel Reine.

 

Os aviadores franceses, que ali se hospedavam, gostavam do clima fresco da montanha e de fazer longas cavalgadas pelo vale e proximidades, tanto que o piloto Marcel Reine resolveu comprar a propriedade e homenagear sua terra natal, apelidando a fazenda de "La Grande Vallée".

 

Durante as paradas, entre um voo e outro, alguns pilotos descansavam na propriedade de Marcel, em vez de usar o alojamento da base aérea do Campo dos Afonsos (RJ), já que a fazenda possibilitava maior privacidade e conforto (apesar da precariedade da iluminação e da estrada). Para ter acesso a região (Rio de Janeiro - Itaipava) era usado automóvel ou trem Maria Fumaça, passando por dentro da cidade imperial, Petrópolis. Para chegar a La Grande Vallée era usado automóvel ou carro de boi, pois a estrada, na época, era de difícil acesso nos períodos de chuva.

 

Marcel Reine nasceu em 1° de dezembro de 1901, na França. Era um jovem louro dos olhos azuis, brincalhão e folião. Depois de servir como piloto militar, Reine, junto de Jean Mermoz, Henri Guillaumet e Antoine Saint-Exupéry, compôs o quarteto de pioneiros da Aéropostale (correio aéreo francês). Marcel era especializado em voos noturnos e conhecido pela audácia e domínio, tanto que sempre que podia fazia de suas “travessuras” aéreas - acrobacias. Por conta disso chegou a ser ameaçado de demissão por Didier Daurat.

 

Suas atividades na América do Sul começaram em 1929 (Buenos Aires - Assunção, Buenos Aires – Rio de Janeiro e Buenos Aires – Santiago), realizando o total de 81 travessias do Atlântico Sul. Marcel possuía a impressionante marca de 9100 horas de voo. Em 1938, foi transferido e passou a atuar na linha Natal-Dakar. Chegou a voltar para a Europa, mas desapareceu em 1940, junto do amigo piloto Henri Guillaumet, próximo à Sardenha.

Marcel Reine e Henri Guillaumet

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