Henry Guillaumet, foi um dos mais queridos e próximos amigos de Antoine de Saint-Exupéry, a quem foi dedicado o livro Terra dos Homens, lançado em 1939.

 

 Guillaumet nasceu em Bouy, Marne. Foi um dos pioneiros da aviação francesa nos Andes, no Atlântico Sul e no Atlântico Norte. Ele contribuiu para a abertura de inúmeras novas rotas e é considerado por alguns como o melhor piloto de sua época. "Eu não conheci maior", disse Didier Daurat, proprietário da Aéropostale, empresa para qual era piloto.  Guillaumet transportava o correio entre Argentina e Chile.

 

Em uma sexta-feira, 13 de junho de 1930, ao cruzar os Andes pela 92ª vez, ele capotou o seu Potez 25, após um pouso forçado devido ao mau tempo, na Laguna del Diamante em Mendoza, Argentina. Caminhou 4 dias pela neve, enfrentando uma temperatura de -30º. Embora tentado a desistir, ele persistiu enquanto pensava em sua esposa, Noëlle, até o dia 19 de junho, quando foi resgatado por um menino de 14 anos chamado Juan García. A preocupação do piloto era que, caso morresse e seu corpo não fosse encontrado, sua mulher não receberia o dinheiro do seu seguro.

 

Essa façanha fez com que ele se destacasse entre as "estrelas" de Aèropostale.  A seu amigo Antoine de Saint-Exupéry, que tinha ido buscá-lo, ele disse: "Ce que j'ai fait, je te le jure, aucune bête ne l'aurait fait" traduzido para o português: “O que eu fiz, cara, juro, bicho nenhum faria”. Saint-Exupéry conta a aventura de Guillaumet em seu livro Terra dos homens, de 1939 (também traduzido para o inglês como Wind, Sand and Stars). Depois de várias travessias no Atlântico Sul, foi nomeado diretor-geral da Air France.

 

Em 27 de novembro de 1940, ao voar para a Síria com Jean Chiappe, o novo Alto Comissário francês para o Levante, seu avião de quatro motores Farman F.220 NC.2234 Le Verrier foi abatido por engano por um combatente italiano sobre o Mar Mediterrâneo. Junto com ele, estava também o piloto Marcel Reine, que perdeu a vida, aliás, como os demais tripulantes e passageiros.